O retorno de Acelino “Popó” Freitas aos ringues esteve bem longe de ser um sonho. No final da noite de anteontem, o baiano foi dominado e viu a pretensão de unificar os títulos dos pesos leves virar um pesadelo.
Após sofrer em todos os assaltos, Popó abandonou o combate diante do norte-americano Juan Diaz antes do início do nono assalto e perdeu assim o cinturão da Organização Mundial de Boxe (OMB) para o oponente, que já detinha o título da Associação Mundial de Boxe (AMB).
A luta foi um verdadeiro castigo ao baiano. Ele não disputava um combate desde 29 de abril do ano passado, quando bateu o norte-americano Zahir Raheem por pontos e reconquistou o cinturão da OMB.
Depois disso, Popó anunciou a sua aposentadoria, mas mudou de idéia para tentar unificar os títulos.
Foi a segunda derrota da carreira do brasileiro em 40 combates como profissional. Popó já havia sido batido pelo também norte-americano Diego “Chico” Corrales em agosto de 2004, quando perdeu pela primeira vez o cinturão dos leves (até 60 kg) da Organização Mundial de Boxe.
O baiano ainda conseguiu recuperá-lo contra Zahir Raheem em abril de 2006, mas deixou escapar o título da OMB logo em sua primeira defesa, quando pretendia unificá-lo com o da Associação Mundial de Boxe (AMB).
Popó agora ostenta um cartel de 40 lutas e 38 vitórias (32 nocautes).
A luta
No combate da madrugada de ontem, o baiano foi totalmente dominado e cansou de levar golpes com a esquerda de Diaz. Invicto em 32 lutas, Diaz ditou o ritmo da luta, tomou a iniciativa e se defendeu muito, praticamente não cedendo espaço aos golpes do brasileiro.
Sem chance, Popó chegou a balançar no quinto assalto, após tomar um golpe de esquerda do rival. Três rounds depois, o baiano sofreu uma nova seqüência e acabou sendo forçado a desistir no intervalo para o nono assalto.
Decisão polêmica
A decisão de parar a luta desagradou o pugilista baiano, que demonstrava vontade de voltar ao ringue para continuar o combate.
Após o combate, o técnico de Popó, o porto-riquenho Oscar Suárez, revelou que quis poupá-lo de uma surra maior ainda. “Foi minha a decisão de parar a luta. Não posso ficar sentado vendo um homem sendo castigado daquele jeito. Depois da última troca de golpes, ele não conseguiria se recuperar. Podia ver nos olhos de Popó e jamais vou permitir que eles se machuque em minha vida”, afirmou Suarez.
Norte-americano desdenha do brasileiro
Com a vitória por nocaute técnico no oitavo assalto ontem, Juan Diaz tomou de Popó o cinturão do peso leve (até 60 kgs) da Organização Mundial de Boxe e ainda garantiu a unificação de dois títulos, já que era o detentor do cinturão da categoria na Associação Mundial.
Invicto em sua carreira profissional, com 32 vitórias (16 nocautes) em 32 lutas, Díaz comemorou muito. “Estou muito feliz por ter conquistado dois títulos mundiais. Sinto-me eufórico agora”, disse Díaz, nascido no México e que não deixou de elogiar o rival.
“Quero agradecer a Popó Freitas por me dar a oportunidade de enfrentar um dos grandes campeões do mundo. Esta foi a maior luta da minha carreira, mas eu já enfrentei alguns oponentes que batiam mais forte do que ele fez nesta noite. Tomei seus melhores socos e devolvi cinco ou seis, quando ele me acertou dois ou três”, desdenhou o norte-americano.
Conhecido pela agressividade em cima do ringue, Torito fez de sua marca registrada a peça-chave para tomar do Popó o título da OMB. “Fiquei surpreso por ele dar mostras de que queria lutar mais”, explicou o norte-americano. “Achei que ele tentaria me atingir mais. Ele até conseguiu me acertar alguns golpes, mas eu me recolhi e ele não conseguiu me machucar de verdade”, completou Díaz, que acertou o baiano no quinto assalto e arrastou a luta sem dificuldades até o final do oitavo.
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