O baiano Antônio Rogério Nogueira, 30, o Minotouro, foi confirmado nesta semana como titular da seleção brasileira de boxe que estará nos Jogos Pan-Americanos. Mas sua história prova que essa vaga não caiu de pára-quedas, pois o atleta é chegado em uma briga desde desde pequeno. Por imposição da sua mãe, professora de educação física, ele e seus irmãos praticavam judô, e Minotouro começou a lutar com quatro anos.
"Minha mãe tinha uma academia e queria que praticássemos esportes. Meu irmão Júlio, o mais velho, era o nosso maior incentivador", conta Minotouro, que tem esse apelido especialmente por causa da fama do outro irmão, Antônio Rodrigo Nogueira, o Minotauro.
"Foi uma adaptação ao apelido que deram ao Minotauro. Como sou grande que nem ele, me deram esse apelido", explicou. Minotauro foi campeão mundial de vale-tudo em 2002, título que o irmão ainda persegue.
Mas, por enquanto, Minotouro resolveu deixar o vale-tudo de lado por um objetivo maior: realizar o sonho de disputar os Jogos Olímpicos de Pequim, no ano que vem. Porém, antes disso, o lutador almeja ter êxito no Pan. "Quero muito conquistar uma medalha para o meu país", contou.
O primeiro passo já foi dado. Minotouro venceu todas as lutas que disputou na Copa Éder Jofre (a última seletiva para o Pan) e assim se tornou o titular da equipe brasileira na categoria acima de 91 kg.
Após parar de praticar o judô, Minotouro se dedicou a outros dois esportes: boxe e jiu-jitsu. Aos 15 anos, ele começou a treinar na Bahia ao lado do irmão na academia do técnico Luiz Dória, ex-pugilista conhecido por ter revelado o boxeador Acelino Freitas, o Popó. Aos 16, incentivado pela projeção dos irmãos Gracie (precursores do vale-tudo no país), Minotouro começou a praticar jiu-jitsu, já com o objetivo de disputar competições.
Os dois esportes possuem um espaço igual no coração do atleta. O vale-tudo, por ser a sua fonte principal de renda. O boxe, por sua vez, representa a possibilidade da realização de um sonho: representar a seleção brasileira em grandes competições.
O atleta cogita se profissionalizar no boxe, mas sabe que é um processo complicado para quem já tem 30 anos de idade. "No boxe, teria que ter pelo menos 25 lutas como profissional. Como farei isso lutando apenas três vezes por ano?", questionou.
Como profissional, segundo suas contas, Minotouro disputou 16 lutas, com apenas uma derrota, em dois anos de carreira. "Já no vale-tudo eu tenho uma posição de destaque, apesar de ainda não ser campeão mundial. Por isso, meu verdadeiro foco é mesmo este esporte", explicou o lutador, que está entre os cinco melhores do mundo no vale-tudo.
Quando não está lutando, o atleta gosta de ir à praia da Barra da Tijuca (RJ), onde mora, e ir ao cinema. Além disso, tem como hobby viajar. Por lazer e pela luta, Minotouro já conheceu vários países. "Já estive no Japão, EUA, alguns países da Europa e até na Arábia Saudita", relatou.
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